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Sonhos Urbanos

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O dia chegou...

por Jorge, em 30.05.04

- Who are you?


- Me? I'm the King of the 20th century. I'm the Bogeyman. The Villain. The black sheep of the Family


(From: "V for Vendetta")


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Começou!


Tinha que ser, mais tarde ou mais cedo... há momentos que estão há tua espera desde o dia em que nasceste, tu sabes isso a um nível interno e não tens como o justificar (nem tudo tem justificação, aliás a maior parte do Universo que conheço não tem)


A chuva cai brutalmente sobre a minha delicada pele, sensação reforçada pelo vento frio que a acompanha como um amante dedicado. (definitivamente devia proteger-me, agasalhar-me, cuidar de mim... como faço pelos outros, sabes?) 


Sou o Anjo-Caído que se abriga no topo de uma envelhecida igreja abandonada, o louco utópico que luta por salvar o Mundo, e apenas ouço o silêncio da noite.


Aguardo uma resposta dos teus lábios, ou por um sinal que me faça descer deste local protegido. (quanto tempo passou desde que espero?)


Na minha visão apresenta-se a cidade onde nasci (sim, a dos corvos). Da noite escura, demarcam-se as infinitas luzes por detrás das muralhas de betão (que nada protegem), escondendo a verdadeira cidade, aquela que está oculta (por opção ou por oposição?). Foi da cidade oculta que cheguei, foi lá que me disseream aquilo que não posso revelar.


Reforço apenas: Começou!


Abro as minhas asas e preparo-me para aquele que poderá ser o meu último vôo, as gotas de chuva são as minhas lágrimas e o vento o resto de força que me resta (e a banda sonora continua a ser o silêncio). Já não há como voltar atrás, este é o momento decisivo (afinal como já o disse anteriormente: Começou!).

...

por Jorge, em 30.05.04
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A um Amigo...

por Jorge, em 20.05.04

Anda ter comigo, vamos conversar! Para voltar a ouvir a tua voz e ter oportunidade de conhecer as tuas novas ideias e os teus projectos. Talvez possamos parar para beber uma chávena de chá, afinal apesar deste mundo querer girar muito depressa podemos sempre viver ao nosso ritmo (nem que seja apenas por um instante).


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Quantas voltas têm dado as nossas vidas? Quantas vezes já fomos a baixo (bem ao fundo) e encontramos força para nos recriarmos? Quantas vitórias já alcançamos? Quem somos nós agora?


Vejo que és diferente do que foste, mas acredita que nada mudou em relação ao que sinto por ti e que tenho muito orgulho no ser humano que te tornaste. A Amizade é assim mesmo, a maior segurança que conheci neste mundo.


Tenho sentido que aconteça o que acontecer, continuamos sempre amigos (e também sei que será sempre assim, e quem duvidar é porque nunca têve um amigo como tu)... aliados neste mundo que nos é tão estranho.Estivemos tantas Eras lado-a-lado temos a certeza que muitas outras nos esperam no futuro.


Como não sei quanto tempo me resta aqui quero deixar-te uma mensagem: Vive com muita paixão, dá valor a cada instante e não percas a ligação com o teu mundo interior (mesmo que Eles te digam que é uma fuga da realidade). Por agora vou voltar ao meu isolamento, para continuar a minha meditação sobre a vida.


 Abraço

Pesadelos Urbanos

por Jorge, em 12.05.04

Quem está aí? Está aí alguém???? Importa-se de dizer qualquer coisa? Por favor, fale! FALE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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Tem que ser um sonho, independentemente de não saber quando adormeci e de o tempo parecer arrastar-se. As cores parecem não existir, a realidade apresenta-se agora colorida a cinzentos. Roubaram as cores ou são os meus olhos que mentem? (tem mesmo que ser um sonho, já sabia bem acordar)


Não há posição em que me coloque que me sinta confortável, no pouco espaço que tenho (da minha cama à parede) acredito ter experimentado todas as posições, se assim foi então o resto do tempo que passar aqui fechado vai ser muito difícil de passar. Raio da sala que é doentiamente oval, e eu sou o lunático que vivo nela. Fui guiado até ela ao som de “pessoas como tu, ficam aqui!”, associado a um simpático empurrão. Desde aí aqui tenho estado, aromatizado com mofo.


Só à porta fechada é que me permito chorar e soluçar, acho que já passaram séculos, envelheci tanto (talvez nunca tenha sido novo). Estou sempre a ouvir aquele bocado da música dos Moonspell: I know that...someone took you right out of my arms But...still I feel the thrill of your charms I dream of...lips that once were mine And those...tender eyes that shine I know...they?ll light my way tonight When i...see you in my dreams.


Sou um bom observador, passei algum tempo (aqui qualquer tempo parece prolongar-se, acho que já o disse) a observar o comportamento de uma barata. Ser nojento, foi até à parede, recuou, meia volta e seguiu em frente, juro que pensei em comê-lo para agitar a monotonia (ou melhor, matá-la).


Por quanto tempo nesta sala? Onde estou?

A ESCOLHA

por Jorge, em 02.05.04

Caminhei durante anos, vários foram os caminhos e locais por onde passei, e dois têm sido os mundos em que vivi (existências paralelas). Agora, neste preciso instante, parei. Assumi uma postura contemplativa, foquei o meu interior e tomei consciência da encruzilhada onde estou. Por muito confortável e útil que tenha sido até hoje, não vou continuar a viver dividido entre dois mundos. Este é um dos motivos pelo qual não me dedico verdadeiramente a nenhum, nem recebo o melhor de cada um deles.


 


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Durante quanto tempo conseguirei manter esta forma de viver sem que colida com a vida que estou a tentar edificar? Até aqui quis ser o tipo solitário (com solução para qualquer problema) que não precisa de ninguém (é mais fácil não deixar os outros aproximarem-se e assim não ter que mostrar quem sou, ou pelo menos era o que pensava), e depois agia de forma contraditória. Basicamente a pergunta pode ser colocada da seguinte forma: Sou o Homem ou a Aranha? :)


A resposta não pode ser adiada por muito mais tempo, e a decisão que tomar tem que ser aplicada no instante a seguir. O Homem viverá no mundo dos homens (onde a incerteza mora), a Aranha no mundo da fantasia (onde o bem e o mal estão definidos, e o conseguimos distinguir). A encruzilhada não sairá daqui, tenho tempo para pensar, só que no caso de querer prosseguir caminho terei que escolher…

Anda cá que eu mostro-te o meu sorriso

por Jorge, em 01.05.04

Encurralado. É agora que os cabrões me apanharam, deixem de acreditar que me vão levar a bem. Antes de me colocarem a camisa-de-forças, mato alguém. Diagnosticaram-me uma patologia da mente devido à minha excelente capacidade de ligar factos, e querem que eu acredite nisso. Sei que eles mentem porque a minha voz interior nunca me deixou de guiar (curioso, nunca pensei de onde vem esta vóz... que se lixe!!!).


Descobri facilmente que me vigiam a todo o instante (câmaras por todo lado, e os tipos de fatinho, bem sei). NÃO TÊM MAIS NADA QUE FAZER?!?!?!!?!?!?!? No prob, tenho uma arma pronta para rearranjar a fuça mais engraçada, tenho também este encantador sorriso (queres vê-lo de mais perto? Chega-te cá que não mordo, talvez dispare).


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Estranho!? Em vez da camisa-de-forças trazem armas de fogo, afinal Eles são mais inteligentes do que eu pensava. Quem são Eles? Tu sabes, são os mesmo que te perseguem, que querem entrar na tua alma, devorar a tua essência. Gostava que tivesses aqui comigo, como nos velhos tempos, que grande dupla que formámos. Se tivéssemos agora juntos, mataríamos muitos mais... mas estou sozinho (eu consigo matar uns quantos. Mas fazes-me falta). E tu? (onde estás meu amigo? O que te aconteceu? Fala, por favor!!! Diz qualquer coisa!!) .


VOZ ELECTRÓNICA: Estás sozinho, psicótico e não tens hipóteses nenhumas de nos enfrentares. Entrega-te!


Respondo com um simpático: Vai-te foder, menino certinho do Sistema! (que até pode ser entendido como um conselho para uma noite bem passada). Prefiro morrer a lutar do que morrer a viver dentro deste sistema. Saio a correr na direcção deles, a disparar que nem um louco (Livre por fim, solto o pássaro do meu coração), uns quantos caem como moscas, será que vou conseguir safar-me dest... (várias balas calam o pensamento)


(Aposto que se pudesses ver como morri, sorririas. Sim, meu amigo, sorririas por saberes que tinha morrido como vivi: com honra)