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Sonhos Urbanos

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Uma espécie de milagre de Fátima

por Jorge, em 30.09.05
Registo do Diário Digital de hoje:

"O indicador de clima económico em Portugal melhorou em Setembro, para 88,6 pontos, 0,4 pontos acima de Agosto, indicou hoje a Direcção-geral de Assuntos Económicos e Financeiros (DG Ecfin), da Comissão Europeia."

Pergunta deste blogger: Qual o limite de informações contraditórias que podemos receber por semana?

Jorge

O Mundo da Leis

por Jorge, em 28.09.05
Enquanto esperamos pela concretização da profecia do Cão-que-não-respira-quando-anda podemos aproveitar para pensarmos em outras coisas. Apetece-me lançar um tópico: a Justiça em Portugal.

Comecemos por algo que acredito que também vos faça alguma confusão. A legislação é algo que se supõe ser do conhecimento de todos, por isso é que não serve como desculpa alegar o desconhecimento desta em tribunal. Mas se é assim porque é que ela é escrita de uma forma tão estranha???

(E depois ainda falam do Jam Session)

Nesta última semana andei aqui a tentar resolver uma questão e precisei de recorrer a diferente legislação, obviamente tive que estar acompanhado por um dicionário já que são utilizadas expressões muito estranhas (pelo menos para os meus olhos). Verifiquei algo que desconfiava a algum tempo, muitas das leis são redigidas por pessoas que simplesmente não sabem transmitir uma mensagem (deviam ter aulas de expresão escrita ou de comunicação).

(Podia ter estado a fazer coisas mais interessante, como escrever)

Depois comecei a fantasiar sobre um tipo a chegar ao pé dos amigos e dizer "Ei, pessoal! Estou a escrever uma nova lei e fui a um dicionário procurar palavras que ninguém usa para referir algo extremamente comum. Sou muito bom a jogar palavras cruzadas". Quando acordei tropecei numa série de burocracias, qualquer merdelhice exige um papel (e nós sabemos que a pessoa que nos pode dar esse papel é alguém extremamente furioso com a vida que vai aproveitar e descarregar em nós).

(E nós ali, com o sorriso amarelo)

A Justiça está ao alcance do todos? Bem, podemos sempre recorrer a um advogado. Aí aparece o problema dos preços... No entanto, "Têm direito a apoio judiciário os cidadãos nacionais e da União Europeia, assim como os estrangeiros com título de residência válido num Estado-membro, que demonstrem não ter meios económicos. Para avaliar a situação de insuficiência, são considerados, entre outros, o rendimento e a composição do agregado familiar e a existência de bens móveis e imóveis e de depósitos bancários. O apoio judiciário pode ser facultado, quer à pessoa que propõe a acção, quer àquela contra quem a acção é proposta. " Aviso já que segundo a DECO cada vez menos pessoas têm a possibilidade de ter um advogado "à borla".

(Suspiro, aumento da sensação de querer partir tudo e mais alguma coisa)

Há o pormenor de pedirem tudo em duplicado, podia chamar-se "o fascínio da fotocopiadora)... Enfim nem tenho muitas palavras para me referir a esse mundo, aliás a minha vontade neste momento é atirar o "Código do Processo Civil" que tenho à minha frente pela janela fora e calar a tipa que está, na rua, histericamente a berrar pelo namorado.

Como é que este blogger se consegui safar a tantos "artigos"? Foi ajudado por uma Raposa linda e macia que percebe bastante do antro que descrevi.

Jorge

P.S.: Deixo-vos a definição legal de cegueira para ilustrar o que escrevi: "Acuidade visual do olho com meljhor visão, após correcção com lentes, de 1/10 ou inferior, ou acuidade visual superior a 1/10, mas acompanhada de um restrição do campo visual a menos de 20 graus". O problema aqui não são as palavras utilizadas, o problema é:uma pessoa lê e nem vai pensar que isto é a definição legal de cegueira.

Profecia

por Jorge, em 27.09.05


Palavras do Cão-que-não-respira-quando-anda: Virá o dia em que um sapo e um pinguim farão coisas juntas e os seus poderes vão rivalizar com tudo o que anda em cima da Terra.

Foto: por António Júlio Duarte (Digitalizada de Lisboa Photo 2005; Maio/Agosto)
Texto: Jorge Amorim

A ilha

por Jorge, em 26.09.05
Por vezes funcionamos no modo “ilha”, são as alturas em que tentamos permanecer afastados de tudo e de todos. Sem pessoas à nossa volta, com quem possamos interagir, viver e partilhar parece que ficamos rodeados por “água” em todos os lados.

Quando fico assim devo ser insuportável. Durante a adolescência era o meu “cartão de visita”, pelo menos quando estava perto de algumas pessoas. Actualmente, apesar de ter os meus dias, tento estar o mais disponível para comunicar independentemente de onde estiver e com quem estiver.



Vamos lá a ganhar coragem de arranjarmos uma forma de sair do modo “ilha”. Podemos tentar um dos truques, que consiste em desenvolvermos uma análise interior para identificar o que nos bloqueia a comunicação com os outros nesse momento. Porque não queremos interagir? O que ganhamos e perdemos com isso? Como poderei mudar isto? O que acontece se eu mudar?

Jorge

Foto: Ilha do Pico (tirada por Pedro Mateus)

Juntinhos

por Jorge, em 24.09.05
“There is no combination of words
I could put on the back of a postcard
And no song that I could sing, but I can try for your heart
Our dreams, and they are made out of real things
Like a shoebox of photographs with sepia tone loving

Love is the answer
At least for most of the questions in my heart
Why are we here and where do we go
And how come it's so hard
It's not always easy and sometimes life can be deceiving
I'll tell you one thing
It's always better when we're together
(…)”

Jack Johnson, In Better Together



Nem sempre tem sido um conto de fadas, ou pelo menos não tem sido o conto de fadas que imaginei, mas somos uma boa dupla. Dizer isto neste momento é dizer que te amo (sem o querer dizer directamente dada a seriedade da situação). :)

(olho-te nos teus olhos de raposa e beijo-te como já não te beijava há muito)

Através destas palavras quero deixar-te um abraço envolvente e a segurança que te amo muito. Que o futuro me guarde muitas oportunidades para te demonstrar isso e para vivermos mais momentos juntos.

Jorge

Repousar o som

por Jorge, em 22.09.05
Vou guardar-te no silêncio das minhas Trevas!
Fechar a gaveta à chave e colocar essa mesma chave num sítio onde a possa esquecer.



Apagarei o som da tua existência no interior do meu manto, ficará por fim o silêncio.
Depois disso mais nenhuma partícula de ar vibrará sem o meu comando.

Jorge

Voltei a ver o Tejo

por Jorge, em 20.09.05
Percorri de comboio o espaço que me afastava de casa e simultaneamente fiz uma jornada interior. Em essência, regressei… O resto são pormenores.




Há muito para reorganizar e criar; em verdade, refiro-me a um reino inteiro que abandonei por alguns tempos. O meu caminho tem estado muito afastado deste blog, não tenho tido palavras para ele, talvez essas ainda estejam em viagem… Acredito que em breve estarão aqui para serem partilhadas.

Abraço
Jorge Amorim
Imagem: Jill Thompson “Little Endless Storybook”

Nem me digas nada!!!

por Jorge, em 14.09.05
Ando fora da minha amada cidade dos corvos, o que significa que o meu acesso à net deixou de ser diário. Não me esqueci deste canto nem de quem aqui passa. Regressarei em breve para continuar a colocar alguns sonhos em palavras.

Jorge

nota: quando puder responder aos comentários, podem ter a certeza que o farei.

A Triste História do Urso

por Jorge, em 07.09.05
Uma das amigas da minha avó, a Dona Carolina, sentia-se muito sozinha em casa e decidiu adquirir um animal de companhia. Na loja dos animais recomendaram-lhe um pequeno urso, ela seguiu essa recomendação.

Chegou a casa e colocou o urso a viver na varanda. Ele era calminho e afável, a Dona Carolina não. A minha avó bem que avisou para ele não fazer ao urso o mesmo que tinha feito com o antigo animal de estimação; refiro-me a um daqueles cães pequenotes que parecem não ter patas, só pêlo, vulgarmente as pessoas decoram-nos com laços e idiotices afins.

A Dona Carolina andava sempre a chatear o animal, “estás a pensar em quê?”, “porcalhão, aposto que gostavas de ter uma dona mais nova”, “os teus amigos são uns bêbados e uns grandes ursos”. O urso não reagia, permanecia sempre calado e bem comportado.




Até ao dia em que se passou da cabeça, pegou num facalhão e colocou os pontos nos “i’s”. Quando o encontrei banhado em sangue, ele entregou-se sem oferecer resistência, apenas sussurrou “nem fazes ideia como ela era insuportável”. Respondi, “sei, sei. Ela tomava conta de mim quando era pequeno”. Dei-lhe um abraço de profunda compreensão e depois entreguei-o à polícia.

Moral da Historia: os mais calados são os piores.

Texto e arte: Jorge
:P

Broken Spider!!!

por Jorge, em 06.09.05
Não consegui cumprir o meu objectivo de entregar a monografia... Este é o resultado do duelo final!



Resta-me voltar a ficar de pé e continuar a desenvolver o meu trabalho para o entregar em Época Especial (Dezembro). Mas hoje fica a sensação de derrota...

Jorge
(Muito obrigado a todos os que me auxiliaram na realização do trabalho)

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