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Sonhos Urbanos

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Solve et Coagula - Parte 1

por Jorge, em 28.02.05

Talvez nos dias de hoje a palavra “Alquimia” pareça um pouco medieval, ou algo que se associe a crenças pouco esclarecidas, por isso julgo que começar por esclarecer um pouco esse tópico é um bom passo a dar.


Alquimia é um modo de vida, vejo-a como uma jornada para atingir a totalidade do Ser (viver uma vida com mais significado, talvez faça mais sentido). Não tem nada a ver com obscuridade, nem está apenas reservada para alguns eleitos. Se por vezes se apresenta assim, acredito que seja por estar a ser explicada ou referida de forma pouco adequada.


É um dos muitos caminhos para o auto-conhecimento e para o entendimento do que são considerados “Mistérios” e que afinal são as verdades mais simples do Universo. Esta última expressão poderá parecer um pouco vaga, não o consigo explicar de outra forma, é uma expressão sentida interiormente.


Para muitos alquimistas a busca tem a ver com a obtenção do Elixir da Longa Vida (“imortalidade e saúde para quem o possuir”) e a Pedra Filosofal (“... cujo poder é transmutar metais não-preciosos em ouro”). Para mim esta forma de olhar para a Alquimia é semelhante à que referi no parágrafo anterior, as palavras é que são diferentes.


Esta forma de descrever a Alquimia é extremamente simbólica, quase como se usasse uma linguagem dos nossos sonhos ou fantasias em vez das palavras.


(Continua no próximo post...)


Jorge

O Melro e a Pedra

por Jorge, em 27.02.05

Conheci um melro que insistia em carregar uma pedra com o dobro do seu peso. Raramente saía do sítio, pelo menos fisicamente, pois a sua mente continuava a viajar por diversos planos da existência.


Muitas vezes ponderava como seria bom voar, perguntei ao melro como era essa sensação. A resposta foi um pouco desanimadora, nunca voara pois não podia suportar o peso da pedra, voava apenas em sonhos.


Porque não deixava a pedra? Fora uma responsabilidade que assumira e já nem se lembrava porquê. Achei aquilo tão bizarro, assumir deliberadamente uma forma de limitar a sua natureza.


Hoje acordei vi-me ao espelho, e vi que tenho sido este melro por demasiado tempo, foi então que coloquei a pedra de lado e decidi aprender a voar.


Jorge

Por quem os sinos dobram?

por Jorge, em 23.02.05

“No man is an island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if a promontory were, as well as if a manor of thy friend's or of thine own were: any man's death diminishes me, because I am involved in mankind, and therefore never send to know for whom the bells tolls; it tolls for thee.”


John Donne, Meditation XVII


Em tempos passados interroguei-me inúmeras vezes como seria se o dia seguinte não acordasse para mim.


Haveria algo em todo o Universo que chorasse a minha ausência?


Gostaria de pensar que sim, que efectivamente a minha vida fazia a diferença. Mas, na altura, as evidências diziam-me que não. Um ser humano não é tão importante ao ponto de fazer girar planetas!...


Infelizmente sentia que a Natureza seguiria sempre o seu curso indiferente aos desejos, sentimentos, mágoas e desilusões dos seres humanos. A Terra continuaria a girar, o dia acabaria por nascer, o sol brilharia ou cairiam gotas de chuva, suceder-se-iam guerras, manter-se-ia a fome e a miséria que conhecemos e à qual já nos habituámos, e todas as nossas expectativas em relação à máquina do mundo não seriam afectadas pelo ritmo dos nascimentos e das mortes...


Foi na mesma altura que desacreditei deus. Se deus existisse, então tinha deixado o Homem entregue à sua própria sorte. Um ser que se diz pai da humanidade e se demonstra indiferente ao sofrimento do mundo não merece o meu reconhecimento quanto mais a minha adoração!


Mais tarde mudei de opinião, não em relação a deus que permanece na descrença, mas em relação à importância do ser humano.


A Natureza não sofreria, é verdade, mas aqueles com quem criamos laços, aqueles que cativámos, veriam o Universo empobrecido pela ausência de um único ser. E para esses a Natureza seria transformada ao ponto de não verem o sol ainda que ele brilhasse no céu.


Por isso, hoje acredito que um único ser humano move o Universo inteiro e transmuta toda a realidade! Os sinos dobram realmente por ti!


Texto: Raposa

O momento

por Jorge, em 16.02.05

Entre o teu rosto e a luz do amanhecer notei um sinal ambíguo, uma lágrima. No lugar de impor uma questão, coloquei-me ao teu lado para te abraçar de forma segura.


Beijei-te na testa, os dois em silêncio e aquele momento. Adormecemos nos braços um do outro, deixei de querer descodificar o sinal que vira e senti o momento


Jorge

A Raposa e o Lobo

por Jorge, em 14.02.05

 


Para o Jorge no Dia dos Namorados


Era uma vez, há muitos anos atrás, talvez no início dos tempos, uma Raposa de olhos verdes e sorriso matreiro.


Certo dia, quando a Raposa passeava pela floresta, deparou-se com uma clareira. Era a mais bela clareira que os seus olhos haviam contemplado! E mesmo no centro da clareira estava um Lobo.


A Raposa fitou o Lobo com olhos desafiadores e pensou arrogantemente que acabava com ele num segundo (Era uma Raposa um bocadinho arrogante!). Não era preciso ser brilhante para perceber que era macho e a Raposa desprezava o género masculino!


Mas, quando a Raposa se aproximou do Lobo com o objectivo de desferir o golpe final apercebeu-se da majestade do seu porte, da lealdade e sabedoria da sua espécie e pela primeira vez duvidou das suas intenções. Foi nesse instante de dúvida que os olhos de ambos se cruzaram e a Raposa viu reflectidos nos olhos do Lobo todo o seu Universo e todos os seus Sonhos. Aquele Ser captara a sua essência e era um semelhante! Não se pode matar um igual!


Desde esse dia a Raposa e o Lobo nunca mais se separaram e ainda hoje percorrem juntos o Universo numa jornada a dois...


Também foi assim que o Amor surgiu na Terra: por um cruzar de olhos que se reconheceram como diferentes, como iguais...


Raposa

O post há muito esperado

por Jorge, em 14.02.05

Enviei um convite à minha querida Raposa: Queres sonhar urbanamente a dois?


Passaram diversas Luas e nenhuma resposta chegou, quando estavamos juntos ela evitava tocar no assunto. A Lua voltou a cruzar os céus e NADA.


Hoje estava aninhado no meu soninho, um pombo-correio bateu à minha janela e não parou de dar com o bico na minha janela até eu a abrir. A mensagem que me trazia era um post dela.


Declaro oficialmente que este blog passa a ter dois autores: a Raposa e eu.


Jorge


Nota: Por vezes em outros locais electrónicos assino Wise Wolf, esta informação serve para ligar com o 1º post da Raposa que vai ser colocado ainda hoje.

Serenidade

por Jorge, em 13.02.05

(Ambiente calmo; um silêncio raro a que dou muito valor)


Ocupo o meu tempo com a escrita quando me quero afastar de outros vícios, nesta caso quero afastar-me do estudo (pelo menos por 15 minutos).


Estou naqueles dias em que dou por mim a sonhar acordado, tenho a mente fixa em ficções intemporais. Está a ser um Domingo calminho, bom para pensar e descansar.


Jorge

O Caderno Azul

por Jorge, em 11.02.05

O despertador já tocou duas vezes, estou em negação. Não por sono, preguiça é mais adequado. Horários são uma escravidão, gosto mais daqueles períodos de férias onde durmo quando tenho sono, alimento-me quando me apetece. Sinto-me muito mais livre nesses momentos em que sigo o meu ritmo.


Julgo que neste blog ainda não referi o caderno azul, para quem não sabe, em 1999 iniciei uma série de registos escritos sobre os meus pensamentos (uma espécie de Sonhos Urbanos em papel). Acabei também por fazer alguns desenhos e anotações técnicas no dito caderno). Quando cheguei ao fim deste, estava no ano 2001, escrevi volume 1 na contra-capa (desenhei uma aranha) e guardei-o dentro de um envelope A4. Durante algum tempo escrevi em diversos cadernos, sem residência fixa para a minha escrita.


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No dia 14 de Agosto de 2003 iniciei a minha escrita em blogs, o meu 1º blog (ainda online, apesar de abandonado) foi o Mundo do Jojo. Aí quase que abandonei a escrita em papel, mesmo que não escrevesse um post tinha um documento em Word onde colocava todas as ideias.


 Mais tarde criei o Sonhos Urbanos, depois (com o Filipe) o Partir o Gelo, e recentemente participo no Jam Session. A escrita em papel tornou-se ainda menos utilizada.


Esta segunda-feira, encontrei o tal caderno azul (o tal volume 1) dentro do meu guarda-vestidos, reli com satisfação. Em seguida, saí de casa e comprei aquele que vai ser o volume 2. Isto tudo para dizer que há um novo Caderno Azul, e que isso me faz sentir mais vivo.


Jorge

O tipo por detrás do blog.

por Jorge, em 10.02.05

Adiei o projecto da máquina do tempo e vou fazer hoje a frequência. Neste momento estou a fazer uma experiência, deixei o telemóvel desligado durante 24 horas e pretendo atingir os 7 dias sem ligar o MSN, será que o mundo deixa de existir?


Gosto de experimentar alterações às minhas rotinas para ver o efeito, até agora consegui mais tempo para ler e descansar (não tenho tido noitadas pela net). E o mais surpreendente, o Mundo não acabou.


 


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Sobre as minhas leituras, a minha amada Raposa emprestou-me “Poesia Completa” (Florbela Espanca) e “A Filha da Floresta” (Juliet Marillier), este segundo livro é uma releitura, e eu já andava com “Os comedores de pérolas” (João Aguiar).


 Claro que não há dias sem banda desenhada na minha vida, terminei hoje a leitura da série “Supreme Power” (o último número publicado foi o 15, saiu este mês, espero pelo próximo número). Li do 1 até ao 15 em três dias, e foi uma leitura agradável.


Intercalado com as minhas leituras prossegue a minha preparação para as frequências, o desenvolvimento da minha monografia e o meu estágio. Finalmente parece que os meus dias voltaram a ter 24 horas. Vida social ainda por reorganizar, mas estou a resolver a questão.


Jorge


 

Sonhos Urbanos... por onde andam?

por Jorge, em 09.02.05

Nestes dias o que me tem apetecido menos é escrever em blogs, sem motivo especial. Tenho escrito muito, apenas em papel (serão conhecidos como os "posts perdidos"), "teclar" tornou-se um pouco aborrecido.

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