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Sonhos Urbanos

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SE...

por Jorge, em 07.04.05
Se hoje à noite a Terra deixasse de girar sobre o seu próprio eixo e em volta do Sol e recomeçasse o seu trajecto sem outro critério que não o dos seus próprios desejos...

Se não houvessem certezas acerca do nascimento do Sol nem conhecimento dos dias em que a Lua aparece no Céu...

Se, de repente, todos os nossos conhecimentos “científicos” fossem refutados e o caos se instalasse nas nossas existências... Seríamos forçados a deixar de tomar como certa toda a realidade que nos cerca e à qual já nos habituámos! Passaríamos necessariamente a dar mais valor a situações cuja aparição poderia ser única durante toda a nossa existência.
Contemplar uma flor traria consigo toda a imensidão de uma despedida e o mesmo aconteceria com o acto de ver passar as nuvens, experienciar a chuva, olhar as ondas ou sentir o vento na cara...

Parece-me lógico que este princípio também se aplicaria a pessoas.

Se tu pudesses não estar comigo amanhã (na verdade podes, mas essa ideia não me acompanha diariamente, não me persegue a cada instante) o meu olhar seria mais vívido, um abraço traria consigo toda a possibilidade da separação (tenho a certeza que seria mais apertado e mais sentido), se me aproximasse para te tocar, o toque da minha mão seria pensado para ser perfeito porque poderia ser o único e um beijo seria sem dúvida infinitamente mais doce, mais apaixonado e mais quente.

Se tu pudesses não estar comigo amanhã não adiaria nenhuma decisão, nenhum impulso, nenhum sonho!

Se nada no Universo fosse garantido a minha vida encerraria a perfeição em cada olhar, em cada gesto, em cada momento, em cada atitude, como pétalas de rosa ou o bater de asas de uma borboleta – voláteis mas imortais.

Texto: Raposa

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