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Sonhos Urbanos

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Crise Pós-20

por Jorge, em 29.03.05
Não faço ideia de como vou organizar este post, dado que o tema é bem delicado para mim. Mesmo assim quero partilhar esta questão com vocês.

A adolescência acaba quando estamos a conseguir fazer alguma coisa de jeito dela, sem aviso de recepção passamos ao estado, que chamo, de neo-adultos. Já começamos a ter obrigações rotineiras, um desejo enorme (e igual pressão) de sermos independentes financeiramente. Mas o mais angustiante é que percebemos claramente (antes era só intuição) que a vida de adulto pode ser muito aborrecida.

Queremos aprender coisas novas, viver os nossos sonhos, cumprir as expectativas que as pessoas de quem gostamos criaram, queremos ser livres, ser livres, conquistar o mundo, ter casa, emprego, manter os amigos, as borgas, o sentido de humor. Mas quem quer rotinas aborrecidas? Faltas de tempo idiotas (por motivos tão banais e mesquinhos)? Quem quer problemas triviais quando há questões existenciais a serem pensadas? Quem quer manter relações cuja chama já se apagou?

Há quem diga que o problema é que muitos neo-adultos sofrem de uma personalidade de Peter Pan, e depois? A angústia não desaparece por termos um rótulo todo bonitinho, aliás esses rótulos são sinal de uma adultice doentia (com muito interesse por taxonomia social).

Não quero esquecer os meus sonhos, mortificar os meus sentidos, colocar uma trela existencial, nem deixar de evoluir em termos profissionais... Há tanto para percorrer, porque é que há dias que me sinto em cima de areias movediças?


Jorge

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