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Sonhos Urbanos

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Prenda para este blog

por Jorge, em 30.11.04

E AGORA ALGO COMPLETAMENTE INESPERADO...

Como prenda de aniversário do Sonhos Urbanos (para quem está à procura do link deixo a informação que é este blog onde se encontra)... Vamos ter eleições antecipadas.

Muito obrigado Presidente Jorge Sampaio.

P.S: MAS QUEM VIRÁ AGORA?????? (tremo só de pensar)

20 comentários

De piolha digital a 04.12.2004 às 17:39

Trememos todos!!! mas de qualquer forma foi uma prenda mesmo que eu não estava nada à espera... de qualquer forma foi uma jogada politica. o presidente não dissolveu a assembleia à meses a tras pq sabia que o PS estava fragilizado então dissolveu agora já que 6 meses antes das eleições o presidente já não o poderia fazer... agora que o PS está refeito é mais provavel que ganhe! ;D o gajo até que é inteligente! muah*
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De Rui a 04.12.2004 às 03:02

Eu também sou adepto da UE; mas de uma UE diferente, a que nos permitiria construir um mercado livre funcional e adoptar uma moeda forte, unificada, que desse a toda a Europa força para competir com o dólar. Seria uma UE construtiva, que permitiria melhorar as economias (e consequentemente, as condições de vida das pessoas), respeitando no entanto as (inúmeras) diferenças nacionais. No entanto penso que no meio do caminho as coisas perverteram-se, e a UE passou a ser aquela UE que dita o que é que cada um produz e em que quantidades, a UE que é centralizada e burocrática, a UE que quer mandar em tudo e todos, e que quer acabar com o próprio conceito de nação soberana e auto-determinada! Pior: vejo cada vez mais uma UE que se acha no direito de ditar às pessoas aquilo que elas devem ou não pensar, ou fazer. Foi o caso de um senhor espanhol (Josep Borrel) que ninguém conhece mas que está na organização da constituição, que disse com desprezo que quem quer que votasse "não" à mesma era um inimigo da democracia, e que era necessário vencer esse tipo de gente. Elucidativo. E ainda, só para citar o mais recente caso, quando se chega ao ponto em que o iluminado parlamento europeu se sente no direito de boicotar uma pessoa (Rocco Buttiglione) para a comissão europeia devido às convicções religiosas (católicas) da mesma, e passando por cima de todo e qualquer conceito de democracia ou liberdade de crença, então tudo é possível.
Não quero uma Europa federal, centralizada, e com tiques totalitários.
Grande abraço, Rui.
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De Jorge a 03.12.2004 às 23:44

P/ Rui (2ª parte): começarei com uma pequena correcção, o post do Partir o Gelo (escrito por mim uns dias atrás) que tu referiste no teu comentário era sobre Cidadania, e apenas dava como um dos exemplos da negação (manifestado pela passividade) das pessoas em relação ao seu dever social a questão de não investirem na procura de informação sobre a Constituição Europeia. Não tive como objectivo aprofundar essa questão e, como bem chamas a atenção, abordei apenas uma parte da questão. Também não é neste comentário que o farei (mas prometo-te um post no prazo de um mês sobre o tema).
Fica no entanto um comentário: Sou um grande adepto da União Europeia e tenho muita pena que a maior parte da população portuguesa não esteja devidamente informada sobre a mesma (apesar da muita informação que existe, não está de facto acessível para todos). E acho que toda a propaganda política deve ser feita com clareza, afinal "Sim" ou "Não" deve ser uma escolha individual e fundamentada de cada um que exerce o seu direito ao voto (e neste caso, tal como noutras questões como o Aborto, não está ser feito). E para finalizar estamos de acordo somos governados por loucos, passo assim a citar Eduardo L. Cortesão "Os loucos e os doentes mentais estão lá dentro dos muros de Rilhafoles ou do Júlio de Matos ou andam cá fora e niguém dá por isso?". Abraço Grande
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De Jorge a 03.12.2004 às 23:18

P/ Rui (1ª parte): É bom chegar aqui e encontrar estes detalhados comentários, espero que as minhas respostas estejam ao mesmo nível. Quanto ao teu 1º comentário admito que fiquei muito surpreendido com a tua preferência, só que acho que da forma como a suportaste deixaste-me sem poder dizer muita coisa (ou seja, boa argumentação). O nosso "amigo" Cavaco é um político arrogante e com uma visão de progresso muito limitada, tem no entanto a espinha (talvez derivada da arrogância que já referi) necessária para tomar as medidas que estes país precisa (e que com o actual estado da situação nem todas serão alvo de "grandes audiências").
Posso-te no entanto dizer que no panorama político português ainda não vejo nada de bom... por isso é que terminei o post com "QUEM VIRÁ AGORA?????? (tremo só de pensar)".
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De Rui a 03.12.2004 às 04:10

Vou aproveitar o andamento e dar-te também a minha opinião sobre um aspecto pequeno de um teu post já de uns dias no Partir o Gelo; sobre a questão de as pessoas se queixarem de não saberem o que é a Constituição Europeia. Sabes bem que não concordo com a constante culpabilização do Estado, e muito menos alinho com a desresponsabilização das pessoas típica no nosso social-coitadismo.
Mas neste caso existe um padrão claro: não são as pessoas que não se interessam, são, isso sim, as instituições competentes que não querem que elas se interessem. E isso é muito fácil de fazer num país em que quase ninguém liga um chavo à política; basta fazer o que se tem vindo a fazer, isto é, tentar esconder dicretamente o assunto, omitir ao máximo a sua divulgação, e quando de facto se revelam umas pontas do assunto, vendê-lo à opinião pública como se fosse algo em que a única opção válida é a aprovação. E, especialmente, inventar perguntas ridículas de referendo como a que os iluminados do PS e do PSD inventaram. Um referendo, e sobre algo com a magnitude de consequências deste assunto, não pode NUNCA ser tratado desta maneira. Tem que haver uma divulgação intensiva do assunto, especialmente para quem não tem net (e por isso não pode ir ao site da UE fazer o download do documento), e especialmente para quem não é letrado o suficiente para ler, ou compreender, um documento político de 300 páginas. É para isso mesmo que os contribuintes pagam serviços de TV e rádio públicos. Mas porquê a falta de divulgação? Essa é a pergunta que eu acho que se deve fazer, apesar de a resposta ser fácil: os nossos principais partidos são ultra-europeístas e não conseguem conceber outra hipótese que não a da adopção da constituição. Seria mau para a política externa com os outros Estados-membros (principalmente França e Alemanha) e seria, na ideologia desses movimentos, um atraso irremediável para o desenvolvimento de Portugal. Por isso convém não informar demasiado as pessoas sobre as verdadeiras consequências de uma adopção da Constituição Europeia: a perca de importância dos governos e parlamentos nacionais, e passagem da maior parte do poder executivo e legislativo para Bruxelas (i.e., a perca quase completa das soberanias nacionais - passamos a ser uma espécie de 'região' administrativa controlada pelos burocratas de Bruxelas); a passagem das nossas águas territoriais para a 'Comunidade'; a sujeição completa da nossa (já pouca) independência económica; uma atrocidade chamada de votações por maioria qualificada, que na prática faz com que os países mais ricos e poderosos da Europa passem a ter todo o poder de decisão na vida da União, relegando para um plano nulo países como o nosso; uma política externa "unificada" da Europa, que vai tentar ditar-nos com quem devemos ou não aliar-nos, mais uma vez definida pelos grandes; a sujeição de toda a Europa a uma política de cariz social (quero ver o que sai dali; provavelmente a institucionalização definitiva do coitadismo, que na Europa politicamente correcta é um must, com as consequências trágicas que tem dado, em todos os países onde é adoptado, incluindo França, ex-RDA, nós próprios, etc);........
Se calhar, se toda a gente tivesse consciência destes aspectos, a Constituição não passava. Mas eles também já avisaram que se o 'não' ganhar, o mais provável é assinarem na mesma o tratado (o referendo só tem estatuto consultivo, não decisório), ou então repetirem o referendo as vezes que fôr necessário até vencer o "sim". Somos governados por loucos... Temos que falar com calma sobre este assunto, estou curioso para saber a tua opinião.
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De Rui a 03.12.2004 às 02:44

Em princípio quem virá agora será o PS de Sócrates, com maioria relativa, forçado portanto a uma coligação com os campeões da demagogia nacional, BE. Afigura-se-me um governo de gestão da crise (o que no nosso caso é o mesmo que dizer, agudização da crise), sem qualquer esforço reformista e o aumento da despesa pública. Mas não se deve menorizar as hipóteses do PSD de Santana. Santana pode ser um gestor medíocre mas é o melhor 'vendedor' de imagem da política portuguesa; vai fazer o choradinho habitual do rapaz humilde e cosmopolita com grandes ideias e melhores projectos, mas que é continuamente boicotado pelos mauzões da sociedade, que só se preocupam com os seus umbigos. Mesmo que não ganhe não acredito que aconteça uma catástrofe eleitoral ao PSD. Quanto à solução que eu preferiria, prepara-te para o salto na cadeira, estou a torcer pela remota hipótese de uma candidatura do nosso amigo de Boliqueime (se eu me ouvisse falar há um ano atrás dava um estalo em mim próprio); se à partida ele estiver disposto a desistir das presidenciais para correr o risco de concorrer às legislativas (sabendo que se perder não volta a fazer mais nada em política), isso só mostrará um enorme espírito de auto-sacrifício e de serviço público e lavo a boca com sabão de todas as vezes que disse mal do homem. Ele (e um staff-tipo dele) seriam à partida os únicos com o apoio popular suficiente para, neste contexto sócio-económico, poderem levar a cabo as reformas de que este país precisa desesperadamente. E acredito que o quisessem fazer, pois, caso contrário, todos acabariam as suas legislaturas perfeitamente queimados. Mas acho que estou a sonhar alto... Abraço, Rui.
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